domingo, 21 de setembro de 2008

Um minuto de negação...


Me enterro no chão feito capacho.
Não me procuro, não me acho...
Não encontro respostas, não pergunto,
não mudo de assunto, não presumo.
Sou um resumo do nada, um ato falho,
um engano. Sou desatino, destino insano.
Sou alma desencarnada, pedra sem limo,
garganta sem voz, vela sem luz,
coração sem batida, asa partida...
cruzeiro sem cruz!
Sou um fio de navalha,
um filete de sangue escorrendo,
uma bolha de sabão ao vento...
um rabisco num papel de pão,
sou um não engolido a seco,
um beco escuro e estreito,
Sou a frase esquecida da canção.