domingo, 19 de outubro de 2008

Não sei o que digo...



Não sei mesmo, o que dizer nessa hora.
Você me diz que vai embora...
Não sei se falo, ou se me calo,
não sei se acredito, ou se não.
Não sei se acho mesmo que você se vai.
para sempre! Sem volta! Sem mais nem menos!
Ou se é pura bobagem de momento.
Não sei se tudo que vivemos foi em vão...
Não sei se são só palavras a ermo.
perdidas na escuridão, da nossa falta de tempo.
Não sei de mais nada. Nunca soube, talvez!
Nosso amor com arroz de leite,
se estragou na geladeira quebrada.
Nossa cumplicidade abstrata,
escorregou pelo ralo da pia
Nosso dia à dia se perdeu,
junto com os papéis da energia.
Nossas contas atrazadas,
nunca mais serão pagas.
Não dividiremos mais nada.
Nem beijos, sorvetes, chicletes...
Nem travesseiros, nem sonhos.
Nem estradas!

Livre que te quero...


Te amo e te quero livre. Livre também de mim.
Dos meus temores e humores e hormônios...
Te quero livre, te quero anjo.
Espante todos seus demônios!
Deposite seus sapatos na entrada,
e pise descalço em meu coração,
que é teu esconderijo, tua morada.
Te quero sem amarras, sem nós, nem gravatas.
Te quero terno, limpo, alma lavada.
Camisa branca e mais nada.
Te quero fazendo amor em mim.
Num tatame, num jardim...
Num ponto qualquer do universo.
Te quero inteiro, submerso..
Em meu oceano de flúidos,
de flores brancas, suores, odores...
Te quero em minha banheira, depois.
Rendido, cansado, morto! Mas livre!
É assim que te quero, sempre!
São asas o que te ofereço...