quarta-feira, 25 de maio de 2016

É pau, é cupim, é navalha cortando a carne... camarada!

Ainda tenho braços para levantar bandeiras, pés para chutar granadas,
mãos firmes à empunhar flores ou adagas. Tenho voz que entoa hinos
ou palavras de ordem, Tenho susto, medo, sorte. Mas coragem não falha,
Nem a memória! Sou navalha que corta carne, chá de losna que amarga.
Flor de lírio, também sou! Se for pra ir para o campo vou. Não fujo da raia!
Me visto de luto, de branco ou de armadura. Rezo para todos os santos,
enterro bem fundo os meus prantos, cantando acalanto ou tocando alfaia.
Ainda tenho asas para sonhar, aditivos, delírios, pão, poesia e devaneios.
Tenho armas que também são de Jorge, Tenho lápis e lapso e lápis lazuli.
livros e canções, e ainda me adorno de sonhos, liberdade, rouge e batom.
Meus inimigos não me alcançarão, nem as suas mãos hão de me tocar.
Tenho fé, tenho vontade de vomitar, tenho ânsia de liberdade e justiça,
Tenho tanta preguiça de responder aos comentários idiotas do  facebook...
Tenho pena de pavão e krishna, mas não consigo perdoar certos pecados.
Estou constantemente dividido entre a paz e a espada. Sou yin e sou yang.
Quando vejo cabeças de papel marcharem em blocos feito zumbis raivosos,
destruindo barracas e sonhos, atirando balas de borrachas nos olhos atônitos
de meninos e meninas que ainda contam histórias e dançam suas cirandas...
Nessa hora sinto gosto de sangue, me lembro de um antigo bangue bangue,
onde os bandidos morrem crivados de balas e as bocas cheias de formigas,
no final! Porque no final o bem sempre há de vencer o mal. Como já dizia
um camarada meu...