sábado, 5 de abril de 2014

Em caso de dúvida, viaje!

Quando estou meio assim.
Pisando em caco de  vidros,
soltando pólen das asas,
poeira demais nos sapatos...
Saudades dos dias idos.
Lembranças de fotos, e fatos!
Nostálgica, frágil, quebradiça...
Sou isca fácil,  para uma tal solidão.
Ensimesmada, pelos cantos da casa.
Vou tocando o dia à dia à fogo e facão!
Desbastando galhos, abrindo janelas.
Derrubando paredes, aparando arestas.
Inventando tréguas sob campo minado.
Afundando memórias, afetos e mágoas,
nas águas  revoltas do meu lago sagrado.
Compro uma passagem de ida, e viajo!





quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Reminiscências...

Me dei conta que já não tenho braços
para levantar aquelas bandeiras rôtas,
nem pernas para chutar paus e barracas.
Carrego aqui uma carcaça encharcada
de sonhos ávidos, outrora  vividos.
E vice-versa, e vícios, e versos e etc
Carrego estradas num baú de prata,
"porque prata é a luz do luar"...
Misturadas com fotos amareladas.
E ainda vocifero algumas palavras.
As mãos firmes a enfiar agulhas,
remendar panos, escrever coisas...
Uns olhos que enxergam o longe!

domingo, 26 de janeiro de 2014

Eternidade

Eu me deitaria ao seu lado com um sorriso nos lábios,
um cigarro na mão, uma taça de vinho barato...
Sob um céu estrelado. Sem falar de problemas,
preocupações, trabalho... Ou de outras coisas banais.
Eu te cobriria de beijos e sonhos, sob a luz da lua.
Ou me esgueirava no breu das  noites sem lua,
e te faria carícias, e poesias. Ou apenas ficava ali.
Quieta e silenciosa esperando a eternidade.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Solidão Crônica

Sofro de uma solidão crônica!
Que fica ali sorrateira, latente.
Quase inerte, meio catatônica.
Esperando uma hora propícia,
Para depois, cheia de malícia
Fazer sua cama e deleitar-se!
Sofro dessa tal solidão!
Que não me dá tréguas...
Nem me dá dá compasso.
Está sempre ali, à espreita.
De repente me toma de assalto!
E me tira até de mim mesma.
Me leva para terrenos baldios.
Me sufoca com seu lenço branco.
Me afaga com braços cansados.
Me afoga em lagos e pântanos.
À revelia, me trás à tona. Atônita!
Ensimesmada mas renascida.
Com a alma quase lavada...
Essa tal solidão crônica,
É minha paz e minha espada!