sábado, 7 de fevereiro de 2009

existirmos... pra que?



Em certos momentos nada parece fazer sentido
nem os dias que virão, nem os dias idos...
Nem o ventilador que roda no teto
trazendo um vento que nem quero.
Nem a mosca que ronda meu rosto
molhado, suado, meio dormido...
Nem os pensamentos insistentes
que se enfileram em minha mente.
Nem o velho demente que balbucia
profecias ininteligíveis.
Nem o nível de óxido de carbono no ar,
nem o mar cheio de peixes mortos,
nem os zumbis malhando seus corpos na academias.
Nem mesmo a sopa que esfria,
enquanto ela tagarela ao telefone
com alguém que nem mesmo sabe o nome.
Em certos momentos nada faz sentido,
nem rima, nem harmonia...
Nem a teia perfeita da aranha,
tecida com tanto esmero
apenas pra capturar sua presa.
nem o vento que assanha meu cabelo,
nem o zelo da gata amamentando a cria,
a veia aorta que leva sangue ao coração,
a mão que acaricia e apedreja,
a igreja lotada, a igreja vazia...
Nada mesmo faz sentido.
Nem palavras bobas, bonitas, soltas.
Nem frases feitas, construídas,
nem frases amontoadas, metidas a poesia...
Nada faz sentido!
Nem ao menos sabemos se estamos vivos
se é verdade que existimos...
E se existirmos, qual será o sentido...