domingo, 25 de julho de 2010

...


Ando absorta por aí... Reticente...
Meio catatônica, meio demente.
Ando dando voltas trôpegas
sobre mim mesma.
tropeçando no próprio cadarço,
embaraçada nas linhas do tempo,
nas meadas desbotadas do passado.
Desatando nós imaginários.
Alinhavando novos presságios.
Ando absorta por ai...
Tecendo novos ventos.

Sou imensa...


Sou uma multidão em desalinho
ora exaltada, descontrolada, até...
ora apática, beirando a inércia.
Sou uma multidão solitária
improvável e complexa.
cantando louvores numa igreja
de subúrbio, exercitando sua fé...
Sou uma multidão em onda num estádio,
ou correndo a esmo, pelas vielas de Granada...
Sou uma multidão sem estribeira, sem nada!
Nem esperança nem morada,  nem  amanhã.
Apenas uma multidão confusa e voraz,
devorando as últimas folhas de relva
do jardim de whitman...

Estranha



Quem é essa estranha sangrando em minha cama,
envolta em meus lençois, tv ligada de madrugada...
Quem é essa estranha, insana, gemendo assim?
É uma parte esquecida de mim,
uma parte que já não conheço mais,
que já se foi há um tempo atrás,
e agora volta pra me assombrar.
Quem é essa estranha que me habita
insistente, que me faz repetir loucuras,
gestos, trejeitos que já não quero mais.
Quem é essa estranha  insone em minha cama
um pesadelo que não me deixa em paz ...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ausência...


Finalmente percebi que você se foi.
Embora ainda arraste correntes
em minha sala, durma na minha cama,
beba do meu café...
Embora ainda faça planos
de viagem, pra nós dois.
Mesmo assim, você se foi.
É que você ainda não se deu conta!