sábado, 28 de maio de 2011

Uma mulher qualquer...


Eu sou uma Maria
uma mulher qualquer.
Uma Zabé da loca,
uma louca da oca,
uma Vitória, muriçoca!
Sou cafona, cafuçu,
anjo azul...
Virgem, santa, puta,
urbana, matuta, baiana,
preguiçosa, paulistana,
paranóica!
Sou do bem,
sou má também.
Mal falada, mal amada,
atrevida, pê da vida!
Sou margarida deprimida.
Tomo vinho com lexotan,
sou tantan, sou tão forte...
Seguro a barra na marra.
mas tenho medo da morte.
Sou mala, medrosa,
sou melindrosa.
Eu sou você, sou Elza, Rosa,
Zulmira, Teresa, Débora,
Víbora, profana, sou Ana.
Do porto, das docas.
Sou Bárbara, Barbarela,
Heliodora, horrorosa e bela,
adormecida, sou cinderela!
Eu sou uma fruta gogóia,
eu sou uma flor...
Sinto arrepios e calor,
o sangue fervendo nas veias.
E nas noites de lua cheia,
uivo feito uma loba,
boba? Também sou!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Fragmentos Dylianos...


Minhas asas já não cabem mais aqui,
as pernas não alcançam os meus passos,
e as minhas mãos são tão pequenas,
pra abarcar esses sonhos tão vastos.
Aí você chega bem de mansinho...
Como um barco por entre a névoa,
singrando na escura e fria madrugada.
Com sua rouca voz inconfundível,
uma maneira de olhar tão diferente.
Me joga uma torrente de belezas
esquecidas, escondidas, intermitentes.
E me faz delirar entre lençóis mofados.
Agita meu coração tão partido...
Instiga minha cabeça tão cansada.
Mexe com as minhas entranhas...
Me confunde, assombra, arrebanha.
Depois se recolhe, e enfim se cala.
Enquanto isso descubro tantas coisas...
E outras tantas tranco em minha mala!


"O vento soa como martelo
a noite sopra fria e chuvosa.
Meu amor é como um corvo
pousado na minha janela,
com uma asa partida"