terça-feira, 26 de maio de 2009

Uma água que cai, e escorre...




A chuva chora lá fora,
geme seu mantra frio,
molha tudo em volta...
eu, envolta em lençóis,
chovo por dentro também.
Canto meu mantra úmido,
ávido, cético, púrpuro.
Canto meu mantra bárbaro.
A chuva chora, não para!
Maltrata tetos de zinco,
pétalas de rosas cálidas,
a chuva não cala...
Agora sussurra pálida,
respinga lama, dejetos...
Parece cansada, vencida.
Respira, retorna, forte!
canta seu mantra crescente.
A chuva chora, grita, uiva.
Sem controle, obsessiva!
A chuva não cala, não pára!
Escorre abundante, frenética.
Eu, envolta em lençóis...
Chovo baixinho, com medo.
Choro uma chuva gelada.
Gemo meu mantra, obsoleto.
Eu e a chuva fria...
Somos uma coisa
só!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pode comentar... E obrigada pela companhia!