segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Colo

Meu colo já não conforta nem preenche seu vazio
nem aquece seu frio, nas longas noites de inverno.
Meus ombros já não carregam mais suas queixas,
nem sou mais aquela gueixa do olhar tão terno...
nem minhas mãos secam suas lágrimas ou afagam
sua cabeça, agora, com madeixas  já meio brancas...
Já não sou um porto seguro, um farol na tempestade,
nem nada!
Minhas histórias parecem estórias de Trancoso.
Sem pés nem cabeça! talvez nem mereçam atenção.
Talvez seja melhor estar livre de mim, talvez assim,
suas asas cresçam e alcem vôos para campos mais férteis,
para além das fronteiras da razão...

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