sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Filho feliz


Eu joguei terra nos seus sonhos,

joguei água nos castelos de areia,

quebrei sua gaita, seus dados...

sua varinha de condão.

Rasguei seu gibí de super-homem,

e tapei os ouvidos, pra não ouvir seus gritos,

seus gemidos, seus nãos.

Foi tudo em vão!

Eles ecoam tão fortes, dentro de mim,

até hoje!

Eu devorei os seus aniversários!

Soprei as velas do seu bolo!

Usei no seu pescoço, o meu escapulário.

Abri o seu diário, risquei o mês de agosto.

Foi tudo em vão!

Segurei sua mão quando tinha febre,

espremi seus cravos, suas espinhas...

Te dei chá de boldo no primeiro porre.

Sorri feliz quando te vi com uma menina.

Te ensinei tantas coisas....

Que nem eu mesma sabia.

Tantas certezas que eu não tinha.

Quantas respostas que não dei.

Errei! poucas vezes acertei.

Sofri, ainda sofro, não sei!

Por tudo que eu disse.... E o que calei.

Por tudo que fiz, e o que não fiz.

Só queria que existisse um manual,

ensinando mãe, fazer filho feliz!

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