domingo, 13 de setembro de 2009
O fosso e o nirvana
Enquanto eu caio na fossa,
você atinge o nirvana.
Eu me contorço em versos,
você se senta em flor de lótus.
Eu faço votos, promessas,
passo fome, esmolo...
Me enrolo em solidão,
peço perdão, me redimo.
Tenho paixão e autocompaixão,
febre, tristeza, tenho medo!
Você sorri e toca violão.
Você é quase um saniasi,
vive no topo do himalaia.
Eu, talvez caia, mas me seguro.
Ando perdida, por aí a esmo...
Ando mesmo atirando no escuro.
Minha flecha é cega, é incerta...
Meu arco está todo quebrado.
Mas minha porta está aberta,
esperando talvez o sol entrar.
Você... você já tem o sol em si!
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