sábado, 20 de outubro de 2007
O que houve?
Foi bom pra você?
Pra mim? Não sei...
Talvez não fosse bem
o que eu queria.
Talvez não fosse ontem,
o nosso dia.
Talvez carinho caísse bem,
meu bem!
Talvez não fosse culpa
de ninguem...
Quem sabe, a pressa?
Talvez a pressão!
Terá sido o botão,
que não desabotoou?
Ou quem sabe...
Foi apenas
o nosso amor,
que era pouco
e se acabou?
Poesia qualquer...
Eu sou a poesia debochada,
descarada e mal falada.
Subverto todas as regras.
Cuspo no chão... Falo alto,
falo palavrão!
Corro nua no asfalto,
avanço o sinal fechado,
ando na contramão!
Sou a poesia analfabeta,
ante estética, ante ética.
Já matei tanta aula...
Pra curtir o mar.
Passo o dia inteiro a delirar.
Sou puro ópio, puro ócio!
Sonhos, devaneios, fantasias...
Solidão!
Sou lunática, sou telúrica.
Sou caos e criação.
Não uso gravata, não sou elegante.
Sou completamente instigante.
E prometo incinerar seu coração.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Gato pardo
Eu sou um gato no escuro.
Andando em telhado de vidro,
vagando pelas esquinas.
Subindo em tudo que é muro...
Eu sou um gato perdido.
Um gato escaldado!
Eu sou um gato de rua.
De noite também eu sou pardo.
Cansei de ter sete vidas!
Cansei de chance nenhuma.
Cansei de latas, de lixo...
De bares, passeios, botecos.
Miando quase em sussurros.
Cansei de vagar pelos becos.
De cruzar estradas, de passar
por baixo de escadas...
Cansei de ser o negro gato,
de arrepiar! E dessa droga de vida,
que é mesmo de amargar...
E também já cansei dessa estória,
de churrasquinho e tamborim.
Portanto, se cansem, também de mim!
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
ganhe um brinde... na tampinha...
O casal faz pose pra foto, e vende latinhas de sonhos com açucar.
As pessoas desejam a felicidade que estampam cartazes nas ruas,
desejam o doce do açucar nas suas vidas,nas suas veias, nas suas mesas... Desejam a beleza padronizada e o glamour que envolvem os modelos das campanhas de refrigerantes, cervejas, cigarros... As pessoas desejam ser sexys. As pessoas desejam ilusões... Libido...
As pessoas desejam, desejam, desejam.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
el mundo
É esse mundão que eu queria poder te oferecer na bandeja,
e de sobremesa o sol, a lua e as estrelas...
Você merece tudo, você merece uma vida longa, linda, rica...
Rica de sensações, experimentações, afetos e amores intensos!
Você é linda... E sabe viver... E vai viver melhor ainda!
Te adoro é muito pouco!
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Emergir.
Hoje o que me seduz é o poço, o fosso, a fossa.
Hoje não quero samba, nem bossa nova...
Quero dor de verdade, quero choro rasgado,
sem dó nem piedade!
Hoje o que me seduz é o gosto amargo da angústia,
frio , seco, cinza, rascante... Apertando a garganta,
com a fúria de um amante!
Hoje eu quero um tango, um fado. Uma taça de gim,
com veneno! Não quero sofrer pequeno.
Hoje eu quero tristeza imensa. Quero dor!
Quero mergulhar até o fundo!
Quero cuspir sangue e areia,
Não quero ópio na veia.
Quero sentir tudo!
Hoje eu quero culpa, quero culpa!
hoje também quero catarse!
Sutis diferenças
Quando você quer carnaval,
prefiro fazer retiro.
Se você quer ficar só,
eu sou de muitos amigos,
Você toma leite quente,
eu tô afim de um porre.
Você pede um chá de boldo,
eu tenho à mão um engov...
Nós somos assim...
Dois laços desamarrados.
Você usa leite de rosas,
eu uso alma de flores.
Você curte Mad Max,
eu, Entre dois amores.
Se você escuta reggae,
estou afim de um samba,
Quando você vai pra farra,
prefiro ficar na cama.
Nós somos assim...
Dois laços desamarrados.
Um que ama e suporta,
outro que suporta e ama!
Relógios esquecidos...
Pulseiras, argolas, correntes, pingentes..
Pássaros de pedra-sabão...
Borboletas, madrepérolas.
Ficam-se os anéis, vão-se as mãos!
Voltas que o mundo deu! Voltas de prata,
voltas de ouro, besouro!
Quinquilharias embaraçadas,
relógios quebrados, tesouros!
Tesouros... Que não voltam mais.
Então não existem, de fato.
Minha vida portanto,
é um imaginário porta-jóias,enferrujado!
E até a bailarina que fazia piruetas,
está com o joelho quebrado!
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Divorcio!
Tu! Ser esquálido, estúpido, vil.
És um gêiser a me queimar todo dia.
Gatuno, larápio! Rouba minh'alma,
e como garrote, paraliza
meu sangue nas veias.
Te quero agora!
Genuflexo a mim.
Confessando todos os pecados
praticados e os que estão por vir.
Gula, inveja, avareza,
vício, adultério, traição,
crueldade, safadeza!
Inadimplência, discórdia,
mentira, ingratidão,
insignificancia, insalubridade,
insatisfação!
Incidioso! Já nem ao Aurélio
eu recoro mais.
Não imaginas a intensidade
da minha ira...
Meu coração glacial se manifesta!
Intrépido lhe envia:
Irrevogavelmente ADEUS!
O que será amanhã?
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Tempo... Tempo.
Vem...
Paixão
A minha paixão,
tem infinita densidade.
Altura, profundidade,
largura, tempo, calor,
energia e explosão!
A minha paixão,
tem tudo isso
e não se mede.
É como sangue,
correndo nas artérias.
É conversão de energia
em matéria. E vice-versa.
É universo em expansão!
É o bang! É o bangue-bangue.
É o caos e a criação.
A minha paixão
é como uma contração.
Que delicadamente
esmigalha tudo
até virar suco.
É passado, presente e futuro,
existindo simultaneamente.
É o dia inteiro, absolutamente!
Até a vigésima quinta hora!
A minha paixão
é ontem! É agora!
É tridimensional... Abstrata.
Anormal, desenfreada!
É apego e desapego.
É vício e solidão.
É ascensão absoluta
e degradação violenta.
A minha paixão
não se aguenta!
Não tem vergonha
não tem limite.
A minha paixão
é uma bronquite.
Que me destrói,
me rói o peito
e não tem xarope
nesse mundo que de jeito!
A minha paixão
é minha pior qualidade,
e é meu melhor defeito!
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