Se fossem minhas as tuas mãos
e os dedos desfolhassem a lua
faria poesias de morte e de vida
poesias minhas que seriam tuas.
Mas não são minhas tuas mãos
e as minhas longe de serem tuas
separadas por distância e tempo
ainda que a poesia torne possível
qualquer coisa, poesia é sofrimento.
Ficarei aqui, em ânsia e à deriva...
Com sua bala cravada lá no fundo,
bem no fundo da minha garganta,
como uma puta muda que canta
enquanto deixa crescer os cabelos.
ali, lambendo o suor da sua fronte
E depois seguir em frente, morrendo,
como uma mariposa afogada no tinteiro.
e os dedos desfolhassem a lua
faria poesias de morte e de vida
poesias minhas que seriam tuas.
Mas não são minhas tuas mãos
e as minhas longe de serem tuas
separadas por distância e tempo
ainda que a poesia torne possível
qualquer coisa, poesia é sofrimento.
Ficarei aqui, em ânsia e à deriva...
Com sua bala cravada lá no fundo,
bem no fundo da minha garganta,
como uma puta muda que canta
enquanto deixa crescer os cabelos.
ali, lambendo o suor da sua fronte
E depois seguir em frente, morrendo,
como uma mariposa afogada no tinteiro.
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