quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Lorca!

Se fossem minhas as tuas mãos
e os dedos desfolhassem a lua
faria poesias de morte e de vida
poesias minhas que seriam tuas.
Mas não são minhas tuas mãos
e as minhas longe de serem tuas
separadas por distância e tempo
ainda que a poesia torne possível
qualquer coisa, poesia é sofrimento.
Ficarei aqui, em ânsia e à deriva...
Com sua bala cravada lá no fundo,
bem no fundo da minha garganta,
como uma puta muda que canta
enquanto deixa crescer os cabelos.
ali, lambendo o suor da sua fronte
E depois seguir em frente, morrendo,
como uma  mariposa afogada no tinteiro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pode comentar... E obrigada pela companhia!