domingo, 7 de fevereiro de 2016

Explodindo torpedos

Esse torpedo que me atravessa a garganta
cala meu canto, tira de mim a voz, o verbo,
a palavra, a sílaba, o fôlego, a saliva, o eco,
o grito, o sussurro, o balbucio, o murmúrio...
Faz de mim um rio de lágrimas, dor e medo.
Esse torpedo que me persegue, me explode!
E me lança violentamente contra o muro.
Me reduz a cinzas, me transforma em pó.
Deixando tudo esfumaçado, tudo escuro.
Até que eu sinta tanta dor no mundo...
Que resolvo virar tudo de ponta cabeça.
Misturo versos, com o pó e as cinzas,
derramo em cima água de rosas,
e batom, para dar o tom e a liga.
Amasso com muita vontade,
vou modelando, com cuidado.
Uma nova pessoa, um novo ser,
com sobras do que tinha de melhor
Com muito mais força e mais fibra.
Para explodir torpedos que se atrevam!
Todos!

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