quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

E assim caminhamos...

Vastos campos das nossas guerras infindas...
Detonados, sujos, cheios de dejetos. Ali estão!
Peço trégua. Perdida nesses campos minados.
Peço trégua dessas batalhas insustentáveis, vãs.
O caminho que um dia ali esteve, já não há mais.
Sonhos que sonhamos juntos, se perderam por aí.
Estradas não serão mais percorridas, não há pés!
Caminhadores, sonhadores! Só restaram dores...
O que faremos dos dias escuros que acaso virão?
Plantaremos novas mudas, mudaremos o discurso
abriremos as fronteiras, daremos novo curso ao rio.
entraremos no cio, a fertilizar plantas, bichos, tudo!
Conteremos o grito mudo, engasgado na garganta
nos matando aos poucos como o torpedo de Lorca,
ou nos colocando à forca, ou o coração às rapinas.
Ou veremos novamente as meninas, bruxas inquiridas,
cobiçadas e queimadas nas fogueiras da inquisição.
Daremos quantos passos para trás e quantos à frente?
Quantas burcas, turbantes, xales, biquínis queimaremos
até descobrir que o xis da questão não passa por ali.
Com quantos paus faremos uma canoa, ou coisa assim?
Estaremos à deriva, sobreviveremos a possíveis dilúvios...
Daremos nós em pingo d´agua, murros em pontas de faca
ou apenas caminharemos a esmo nessa multidão, boiada...

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